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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Comentário: Opinião sobre Ana Vichenstein de Margarida Cruz

     Não via a altura de conseguir tirar uns minutos para fazer uma pesquisa pela internet e ver do que se fala por aí, principalmente sobre o meu livro. Não é algo que faça com muita regularidade mas, dada a baixa popularidade do meu livro, pelo menos ao que a Internet diz respeito, é fácil ver se já existem novas opiniões sobre o meu livro, novas ideias ou até apenas meras referências a este.
     E sim, achei que devia apresentar alguns argumentos, não direi de defesa, mas de sustentação de uma opinião. Margarida Cruz, autora do blogue Letras e Conversas e por quem, recentemente, tive a oportunidade de ser entrevistada, acabou de ler o meu livro e teceu as suas opiniões, enquanto leitora, no seu blogue, o que eu muito elogio, agradeço e peço constantemente que façam neste meu espaço na Internet. 
     Começando por pegar na questão da idade da personagem principal, algo pelo qual já várias pessoas me interrogaram, gostaria de salientar pelo menos dois pontos importantes. Primeiro, 13 anos é muito jovem para algumas pessoas, demasiado jovem e até mesmo infantil para certas atitudes e opiniões tecidas pela personagem. Mas 13 anos é só um número. Quantas «crianças» poderão ser consideradas maduras para a sua idade? Estamos a falar de uma miúda (rapariga, o que quiserem chamar) que cresceu muito depressa e que ao longo de todo o livro nos mostra que a idade é muito relativa. Sim, na teoria tem 13 anos, mas na prática quase que diremos que tem uns 15 ou 16 anos. Não quis, de forma alguma, criar alguma espécie de constrangimento entre o romance e a idade infantil.
     Por outro lado, actualmente existem várias crianças com 12, 13 e 14 anos que namoram. De uma maneira ou de outra, umas com mais ou menos responsabilidade, é algo que existe e cada vez mais é uma realidade.
     Gostaria ainda de tranquilizar todos os pais, pois não quero de forma alguma incitar ao romance numa idade tão precoce. Na perspectiva de Ana, o que ela têm é único e forte, mas quase como um amor fraterno, muito mais do que outra coisa. E é nessa perspectiva que, não tendo familia, a familia do seu namorado, o Vicktor, a recebe, como uma segunda filha e não na perspectiva de nora. Aliás, quando escrevi tinha em mente algo mais do que um namoro, um melhor amigo e um irmão, se podermos dizer assim.
     «O namoro assenta num ambiente bastante fantasioso» foram palavras proferidas por Margarida Cruz. Exactamente por tudo o que referi, e ainda porque estamos a falar de um colégio interno, em que os laços que se criam são, inevitavelmente mais fortes. A ideia de uma grande familia é bastante comum e necessária entre pessoas que passam a maior parte do tempo juntas.
     Principalmente, não nos devemos esquecer: o público alvo deste livro é maioritariamente os jovens (portugueses, claro). É normal que não agrade a adultos e é ainda normal que não gostem da escrita. Escrevi o que senti, o que me surgiu, como senti. Não será um bestseller, mas irá despertar ainda mais opiniões, de certeza, e eu irei estar aqui para concordar, discordar ou acrescentar ideias ao que for dito e escrito por aí.
     Em breve sairá a entrevista de Margarida Cruz, em Segredo dos Livros, onde alguns pontos são novamente focados e explicados, talvez da minha perspectiva, mas seguramente da perspectiva de quem escreveu e sabe porque o fez.
     Não deixam de dar as vossas opiniões. Todas serão importantes e valorizadas.

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